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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Uma desconhecida decepção, muitas lágrimas nos olhos e um acerto de contas

Antes que você se assuste com o título, a declaração a seguir é importantíssima para a explicação deste: a decepção não foi tanto por parte do conteúdo da história em si, mas com minha falta de atenção e conhecimento acerca das edições da DC Comics.

Fonte: Tumblr. (Quem não se apaixona, não é mesmo?)
Quem me conhece bem sabe que tenho uma quedinha quase similar à de um precipício pelo Roy Harper, conhecido por muitos como o parceiro do Arqueiro Verde. Estou em busca de toda e qualquer história envolvendo o personagem para poder conhecê-lo mais (aceito recomendações nos comentários!), e inevitavelmente, por ter sido parceiro do mesmo durante muito tempo, eu terei de ler as HQs do Oliver Queen, apesar de não ir muito com a cara dele. Caminhando pela Saraiva, escondidinho entre outros nomes importantes da DC, acabo por encontrar o seguinte volume:

Fonte: Ana Clara Medeiros

O que eu tinha em mãos fazia parte de uma coleção chamada “Lendas do Universo DC”, a qual traz importantes personagens em suas épocas de ouro. Há volumes para o Batman, Superman e afins, mas essa em especial – vol. 2 – estava focada na dinâmica dupla Lanterna Verde/Arqueiro Verde. Os dois guerreiros esmeralda fizeram muito sucesso juntos nas décadas de 70 e 80, e até hoje são muito amigos no universo em que se encaixam. A capa, como vocês podem ver, nos exibe o fatídico momento em que Ollie descobre que seu parceiro mirim é viciado em drogas.

Por mais que pareça um pouco blasé, essa grande revelação foi um marco para época, pois “para os que não sabem, essa foi a primeira vez na história que um herói das HQs (Roy Harper ainda mantinha seu manto de Ricardito, parceiro de Arqueiro Verde) foi retratado como sendo dependente de drogas. Se ainda hoje é chocante vermos um campeão da justiça sofrendo uma crise de abstinência nas páginas de uma revista em 1972, quando a história saiu, o impacto na indústria foi algo muito próximo ao de uma bomba nuclear”. Os EUA estavam passando por um surto de heroína gigantesco, onde era praticamente comum encontrar pessoas apagando em meio as calçadas por causa da droga. Esse foi o principal ponto de inspiração para os autores Dennis O’Niel e Neal Adams, nomes gigantes dos quadrinhos.

Ainda sobre as escolhas que tiveram de tomar durante a criação da história, O’Niel também sublinhou o fato de terem retratado um personagem conhecido em vez de optar por inventar um. ‘Escolhemos o Roy para conseguirmos o máximo de impacto emocional. Achamos que um herói estabelecido torturado pelo vício seria bem mais forte que... Um qualquer que criássemos só para a ocasião. Além disso, quisemos mostrar que a dependência não estava limitada somente aos garotos maus ou perdidos’”.

Não pensei duas vezes e adquiri o produto, o qual saiu por volta de 27 reais, mais ou menos. O que eu não esperava era que o volume, assim como vários outros dessa linha das lendas, ademais vinha não somente com a história que me interessava, como também mais 4 histórias diferentes.

Comecei a pesquisar em torno disso, já que estava curiosa e um tanto frustrada com o fato. Não queria simplesmente pular as 4 histórias que vieram de bônus – essas, detalhe, vêm todas na frente da principal exibida na capa – mesmo que significasse ler mais sobre o Arqueiro Verde e o Lanterna Verde. Acabei descobrindo através de um vídeo muito legal do Pipoca e Nanquim que a DC faz essas edições com esse intuito mesmo para vender as histórias que não estão muito boas no mercado, embutindo-as à um título muito famoso e requisitado. Passada ESSA a decepção, (já podem rir de mim) comecei a ler.

Em relação à qualidade, o volume valeu cada centavo. O papel é daqueles de HQ mesmo – tem até o cheirinho que eu adoro haha – a edição toda colorida vivamente, lombada durinha. A capa é maravilhosa, mas para os que gostam de edições durinhas, essa é mole, contudo é inegável o cuidado que foi tido com a montagem e impressão do material.

Já no de fato conteúdo, tenho a dizer que paguei pela boca e me impressionei bastante. Entendi totalmente porque a dupla fez sucesso. As “histórias de menos visibilidade comercial” são muito boas! Bem construídas, cheias de diálogos engraçados e precisos – uma parte da graça veio das gírias dos anos 80 adaptadas para a HQ. Você verá coisas como “beleza pura”, “gatinha”, etc – a ação é constante e muito bem desenhada. Fiquei encantada em cada momento, esquecendo até que não curtia a personalidade dos personagens, os quais estão bem mais jovens e soltos em todo o momento.
De primeira, somos apresentados à uma aventura espacial que também envolve os Guardiões do Universo, a dupla verde e até mesmo a Canário Negro (ela, inclusive, tem muito peso em todas as histórias do volume, com papel e importância de destaque. Achei isso muito bacana!), unidos para enfrentar um mal acerca de uma explosão demográfica em um planeta condenado. Conheci mais o Hal Jordan e seu famoso juramento, o qual inclusive deu nome para uma das sagas mais brilhantes da DC, na minha opinião, A Noite Mais Densa e O Dia Mais Claro. Confesso que da primeira vez que ele fez o juramento, foi bem impactante, porém ele faz isso mais umas 20 vezes em toda a história, acabou perdendo o impacto, haha. Depois, temos uma mistura de deuses mitológicos, amazonas – não tem Mulher Maravilha, mas suas conterrâneas estão todas lá – e Lanternas de outras cores. Em seguida, partimos para a melhor, na minha opinião: imagine um orfanato cheio de crianças comandadas por um velho ridículo, esse mesmo velho possui uma garotinha que tem poderes mentais, piorando toda a situação para o lado dos heróis. O final é bem misterioso, e ainda mais, somos apresentados ao amor da vida de Hal Jordan, que infelizmente se encontra paraplégica.

Muito pouco tenho a dizer da última história que antecede à minha tão esperada e intitulada “Nas Veias”. Sério, um herói que tem o plástico como seu ponto fraco? Tentei muito, porém a história foi bem mais tragicômica para o lado do Lanterna. O Arqueiro está mais para o coadjuvante descolado, impulsivo e cheio de boas piadas.

FINALMENTE chegando na tão esperada e prometida edição a respeito de Roy Harper e seu declínio, temos um início com certeza impactante: “Alguns vão dizer que a história a seguir não devia ser contada... E outros, que tais eventos não têm espaço em uma revista voltada para a diversão... E talvez estejam certos! Mas nós não pensamos assim... Porque já vimos essas nobres criaturas os seres humanos, arrasados... Tornando-se menos que animais... Imersos no inferno da agonia! Nós vimos... Ficamos furiosos... E este é o nosso protesto!” Oliver e Hal descobrem que há quadrilhas de contrabando de drogas espalhadas por toda a Star City, e que as mesmas estão destruindo principalmente com os jovens. O Arqueiro Verde se mostra muito revoltoso com os viciados, reduzindo-os a nada sempre quando são mencionados. Já sentimos daí o clima tenso que será na hora da grande descoberta. Também nos é apresentado o fato de que o Arqueiro Verde passou mais de um mês sem entrar em contato com seu parceiro, este, desaparecido.

Entre disputas que realmente não são fáceis de enfrentar, – por consequência de uma luta, Oliver tem um braço debilitado, o que acaba dificultando as coisas – Roy tenta ao máximo ajudá-los e já deixar claro o que se passa consigo, mas o espaço de fala quase nunca lhe é dado. O combate final entre a máfia e nossos heróis é satisfatório e bem bacana, mas o que ainda está por vir faz gelar até o mais forte dos estômagos.

Já quase no fim da edição, com o mal vencido e tudo resolvido, Oliver e Hal se reúnem e começam a discutir sobre o que levaria alguém a entrar para o horrível mundo das drogas. Roy se mostra tímido, porém não fica calado e dá um exemplo extremamente parecidíssimo com o seu. Ignorado por seu mentor e o melhor amigo do mesmo, é deixado de lado enquanto os adultos resolvem o resto e se despedem. Ao voltar para casa, a impactante cena de Roy sendo pego consumindo heroína é a última dos quadrinhos. “Sobre quem você acha que eu estava falando?” sua fala final fecha a edição maravilhosamente.

Achei um pecado esse volume não conter a edição 86, – a seguinte depois da descoberta – pois ela mostra como ficou a relação entre o Roy e o Oliver. Recomendo bastante que vocês procurem pelas interwebs depois. 
Fonte: Ana Clara Medeiros. Cenas da ed. 86. De partir o coração!

Com certeza engoli tudo de ruim que eu tinha para falar a respeito do Lanterna e do Arqueiro Verde. Vale muito a compra, ainda mais se você quiser saber mais sobre o Roy Harper. Ahn! Lembrando que não é preciso saber o que se passava com os personagens antes, pois os quadrinhos fazem questão de lembrar várias vezes, adorei isso! Inclusive, acho que uma fanfic sobre o Roy Harper surgirá em breve. Avisarei quando acontecer, ok? Podem esperar por muitas outras resenhas de HQ, além de livros também!


P.S.: Tem muita novidade vindo por ai. Aguardem! 

Os textos em itálico foram retirados dos extras contidos na edição Lendas do Universo DC vol. 2: Lanterna Verde & Arqueiro Verde.

4 comentários:

  1. Eu li tudo e preciso dizer: queria ser mais fã de quadrinhos aHAHAH meus quadrinhos sempre foram só turma da Mônica, mas gostei de ver sua crítica ao respeito desse.

    www.vestindoideias.com

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  2. Não leio muitos HQs, na verdade acho que nunca li. :( Mas sou louca para ler, principalmente o dos super heróis. Mas de quadrinhos eu lia o da Turma da Mônica, haha! Na verdade eu era até assinante, hahaha! Gostei e conhecer esse, porque antes eu só tinha visto resenha de HQs de super heróis.
    Beijos!

    www.likeparadise.com.br

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  3. Eu acho que nunca li HQ, na verdade sou bem preguiçosa pra ler hahahaha :(
    Mas é legal ver pessoas que super gostam e se empolgam com isso!! Muito bacana!
    Ah, obrigada pelo comentário lá no blog ♥

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br/

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  4. Não conhecia, mas parece interessante.
    http://www.ocabeloemeuedai.com.br

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